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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
O cristão deve guardar o sábado ou o domingo? Por Ciro Sanches Zibordi
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015 by Rafael Aguiar
Por Ciro Sanches Zibordi
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"Tenho
lido e ouvido, aqui e ali, que os dez mandamentos são atemporais e
devem ser guardados por todas as igrejas cristãs. Quanto à observância
do sábado, especificamente, alguns expoentes têm afirmado que ela foi
substituída pela observância do domingo, após a ressurreição do Senhor
Jesus.
Antes
de discorrer sobre esse “domingo sabático”, é importante pontificar que
o mandamento alusivo à guarda do sábado é exclusivo para os israelitas.
Eles passaram a observá-lo depois da saída do Egito, em alusão ao
descanso de Deus, logo após o acabamento da obra da Criação. Ao
contrário do que muitos afirmam, o Senhor trabalhou no dia sétimo e, em
seguida, descansou. Ele formou todas as coisas em seis dias e concluiu,
acabou, a obra no dia sétimo (Gn 2.1-3).
De
acordo com a Bíblia, há três grupos de povos no mundo: judeus, gentios e
Igreja de Deus (1 Co 10.32). Nem todas as ordenanças que o Senhor
estabeleceu para os israelitas são extensivas à Igreja. Alguns
mandamentos foram dados exclusivamente a Israel. É o caso da guarda do
sábado, contida no Decálogo (Êx 20.8). O povo liberto pelo Senhor da
escravidão egípcia deveria repousar nos sábados de seus trabalhos,
adorar a Deus, além de se lembrar de que foi tirado do Egito com mão
forte (Dt 5.15). Os adventistas do sétimo dia guardam até hoje o sábado,
como se fossem israelitas, e priorizam esse mandamento em relação aos
outros — tanto que o nome da sua igreja é Adventista do Sétimo Dia, e
não Adventista dos Dez Mandamentos. Eles acreditam que a guarda do
sábado aplica-se a todas as pessoas, em todas as épocas, sob a alegação
de que tal ordenança já era observada mesmo antes da sua confirmação, no
Sinai (Êx 16.23). Asseveram, ainda, que foi Deus quem escreveu o
Decálogo, com o seu próprio dedo, e não Moisés (Êx 31.18).
Na
verdade, todos os dez mandamentos, e não apenas um deles, vinham sendo
observados pelos israelitas, antes de sua confirmação no monte Sinai,
pois o Senhor já falava com o povo através de Moisés (Êx 3-19). Isso,
entretanto, não torna os tais mandamentos atemporais e aplicáveis a
todos os grupos de povos. O Tabernáculo e a forma de culto também foram
dados por Deus a Moisés, no mesmo monte Sinai (Êx 21-31). E o Senhor
asseverou: “Atenta, pois, que o faças conforme o modelo, que te foi
mostrado no monte” (Êx 25.40). Por que os templos adventistas não
possuem átrio, lugar santo e lugar santíssimo, conforme o modelo que o
Senhor deu a Moisés, no monte Sinai? E as leis dos sacrifícios, por que
não são observadas? E as vestes sacerdotais? E as festas?
Alguém
argumentará: “Somente o sábado é atemporal porque era observado antes
da existência de Israel”. Ora, Abraão também oferecia sacrifícios antes
de Israel existir (cf. Gn 15). Por que os cristãos não oferecem animais a
Deus, nos dias de hoje? Cristo Jesus, o nosso modelo (1 Jo 2.16; 1 Co
11.1), procurava não violar o sábado (Lc 4.16). Mas Ele não estava preso
à lei mosaica (Mc 3.1-4). Afinal, “a lei foi dada por Moisés; a graça e
a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17). E Ele, que é o Senhor do
sábado, afirmou que este foi feito por causa do homem (Mc 2.26-28),
estimulando-nos a termos domínio sobre o sábado. Nesse período da graça,
não precisamos guardar o sábado de descanso, como os israelitas. A
Igreja não está debaixo da lei mosaica (Rm 6.14; Lc 16.16; Gl 4.1ss).
A
Palavra de Deus afirma: “ninguém vos julgue [...] por causa dos [...]
sábados, que são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17). Isso não
significa, evidentemente, que devemos desobedecer aos outros
mandamentos. Dos dez mandamentos mencionados em Êxodo 20, nove foram
repetidos no Novo Testamento, sendo extensivos à Igreja de Deus.
Entretanto, não há nenhuma menção à necessidade de observar a guarda do
sábado. A Igreja adotou, desde o primeiro século, um dia no qual se
dedica a Deus e à sua obra: o domingo, dia da ressurreição do Senhor.
Mas não vemos em nenhum lugar do Novo Testamento um mandamento similar
ao que foi dirigido aos israelitas. Nós não precisamos guardar o
domingo! À semelhança da igreja do primeiro século, nós temos a tradição
de nos reunirmos no domingo (At 20.7; Mc 16.2,9; 1 Co 16.2; Ap 1.10).
Quem guarda o sábado ou o domingo em lugar do sábado, como se isso fosse
um mandamento de Deus, está abraçando o legalismo.
Para
os israelitas, não guardar o sábado significava quebrar a aliança
mosaica (Is 56.4-6; Êx 31.15). Para nós, não cultuar a Deus no domingo —
considerado “o dia do Senhor” — ou em outro dia aprazível não denota
quebra de pacto com o Senhor. No máximo, revela negligência, no caso do
crente que deixa de ir ao culto por qualquer motivo (Ef 5.14-16). Há
expoentes dizendo: “A guarda do sábado é um mandamento eterno, válido
para todos os povos em todas as épocas. Por isso, as igrejas cristãs
devem guardar o domingo, pois, desde o primeiro século, esse dia passou a
substituir o sábado israelita”. É evidente que precisamos de pelo menos
um dia semanal para descanso, a fim de cuidar do “templo do Espírito
Santo” (1 Co 3.16,17; 6.19,20). E esse dia, para a maioria dos cristãos,
é o domingo, no qual também adoramos a Deus, estudamos a sua Palavra,
evangelizamos, etc. Mas o domingo nunca teve para as igrejas cristãs o
mesmo peso que o sábado tinha para os israelitas.
O
cristianismo não é cerimonialista, ritualista ou legalista. Mas há
também o crente domingueiro, que se ausenta — não por necessidade, e sim
por negligência — de reuniões semanais importantíssimas, como o
tradicional culto de ensino da Palavra de Deus. É o crente legalista,
que só vai ao templo aos domingos, como se fosse uma obrigação. Ele
acaba perdendo a melhor parte. Conheço igrejas, especialmente no
Nordeste, em que o culto de doutrina, realizado no meio da semana, é o
mais frequentado, pois o povo gosta do ensino. Em Romanos 15.4 está
escrito: “tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito”.
Isso significa que, embora o mandamento da guarda do sábado tenha sido
transmitido exclusivamente aos israelitas tirados do Egito, nós podemos
também, à semelhança deles, dedicarmos pelo menos um dia para servir ao
Senhor. E temos como tradição, e não por força de mandamento, nos
reunirmos aos domingos.
Finalmente,
o sábado para Israel implicava cessação completa de atividades. Nenhum
trabalho podia ser realizado (Êx 16.23; 35.2,3; Jr 17.22; Mc 16.1). Até o
comércio estava proibido (Am 8.5). Se tivéssemos de guardar o domingo
como substitutivo do sábado israelita, visto que se trata de um
mandamento eterno, não teríamos de fazer o mesmo? Que fechem as
livrarias e as cantinas dos templos, aos domingos!"
Por Ciro Sanches Zibordi
Fonte: www.cpadnews.com.br

Pastor Rafael Aguiar
Teólogo, escritor, pregador do Evangelho, pastor na Assembleia de Deus em Santa Inês, Ma, filiado à CEADEMA. Siga-o pelo Twitter
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